Um processo terapêutico completo vai além da análise do passado ou da investigação de crenças inconscientes. Também não é suficiente a relação terapêutica por si só — ainda que seja essencial que essa relação se baseie em confiança, empatia e acolhimento por proporcionar um espaço seguro, onde o cliente pode se expressar com autenticidade e iniciar mudanças significativas. Uma boa psicoterapia não deve se restringir à compreensão do que foi ou do que é. É igualmente essencial olhar para o futuro: reconhecer a trajetória percorrida, compreender o ponto em que se está e, com clareza, projetar o caminho a seguir. Trata-se de visualizar uma vida com mais sentido e realização e, a partir dessa visão, planejar com consciência e responsabilidade os próximos passos — apoiado em novos saberes e em uma percepção mais profunda de si mesmo. Desejo, de fato, aquilo que acredito querer? Como identificar o que se deseja, se ainda não se sabe quem se é? E como descobrir a própria identidade, se passamos tanto tempo desempenhando papéis que nos distanciaram da nossa essência? Aquilo que imagino como fonte de felicidade realmente me faz bem? Como já dizia Píndaro, poeta da Grécia Antiga: “Torna-te quem tu és, tendo aprendido quem és.”